quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A fé não costuma falhar.

A fé não costuma falhar



2009 chegou para a maioria dos RioAzulenses como um parto a fórceps. Cravaram um grande alicate em nosso crânio sem dó nem piedade. Sobrevivemos sem o socorro do cirurgião. Sobrevivemos por nossa luta e gana, porque somos valentes, e um pouco...., só um pouco teimosos. Foi por isso, pela teima, que lembrei da época em que ainda via televisão e associei a uma passagem que não esqueço do ator Lima Duarte que explicava porque seu personagem Sassá Mutema, assim se chamava. Ele dizia – e muitos lembrarão, que era pela teima, pela teima, teima, teima, tema, tema....e por isso, chamo-me Sassá Mutema, disse, -porque vivi de muita teima.

Rio Azul, de fato, respira novos ares nesses primeiros dias de 2009. O Solda foi conquistando tantas vitórias, que aqui está, Prefeito de fato. E por que não dizer também, de direito. E o povo em geral está numa alegria, como se todos acertassem ao mesmo tempo na sorte grande.

Depois de festejar com seus eleitores no dia 3 de janeiro, e já Prefeito empossado, eu que havia convivido colado nele na pré-campanha e na campanha eleitoral, fui preterido pelo acaso mais lógico do mundo. As prioridades. Jamais pretenderia elencá-las. Seria uma loucura, tantas que são.

Mas eu observo o Solda, não só como meu superior como também meu amigo particular. Aquele homem sanguíno de mais de 10 anos atrás diz ter mudado, mas ninguém muda totalmente. E ele sabe que precisa de seu próprio estilo, porque é o que molda sua marca. Poucos fazem de seu proprio temperamento um referencial para o dia-a-dia, para reagir diante de desafios. Ele, o faz com maestria. Ele, como um hábil jogador de futebol, dribla até a si mesmo, fugindo sempre das faltas.

É tão fácil falar do Solda. É bom esse instigar de quem o pretende. A trajetória desse taura daria um livro. Falo com a probidade da alma, desenho-o em letras porque ele se desnuda em transparência. Às vezes ele fecha-se, como que num casulo, como uma criança que prepara suas artes, mas quase sempre ele apresenta suas surpresas. E tantas vezes vi que nada daquilo o surpreendeu, que era uma brincadeira, que ele ficou dando voltas nas pessoas e nos fatos da vida, para somente distrair-se. E se alguém ri com ele, vai ver a recíproca de um autêntico italiano, que rindo também, puxa dum bolso, – como o mágico tira pombas da cartola - , uma listinha de seus feitos e resultados, o que vai aumentar o seu riso, para o desconserto do acompanhante que antes ria junto.

Quero fechar aqui. É difícil intervalar um tema tão prazenteiro. Se eu me fixar, por exemplo, em seu par de sapatos bege, do qual parece gostar tanto, precisaria de mais linhas para mostrar que nele, e para ele, tudo tem um significado. Eu não duvido dessas coisas.

A fé, muitas vezes, e para muitas pessoas, é um exercício de repetição, de teima, de muita teima. Foi ocasional a escolha desse tema `` A fé não costuma falhar ``. Deve, certamente ter vindo lá do meu inconsciente aquela música do ex-Ministro, num ritmo bem baiano. Para quem como eu, não gosta nem do ex-Ministro nem de suas músicas, fiquemos somente com as palavras.

O Solda, que tem em casa um oráculo de sua Santa de Aparecida, transformou-se incidentalmente, da parte dele e da parte dos que o procuravam, um oráculo de afirmação de fé. E esse conjunto, esse coletivo, nem tanto místico assim, produziu resultados no barulho da alegria e no silêncio dos que conduziam uma contenda vencida, velha, amarrotada, para dizer o menos.

Então por que não acreditar na fé, que com muita teima, não costuma falhar.




Teobaldo Mesquita
teobaldomesquita@uol.com.br