quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ping-Pong e Andressa Mancacz

Ping-pong e mais Andressa Mancacz


Há poucos dias atrás eu falei aqui que haveria possibilidade única, inadiável e oportuníssima, de que PSDB e DEM fizessem fusão. Peguei um rabo de noticia de namoro entre DEM e PPS. Concluí pouca coisa, senão a de que a oposição sofre com o desentendimento que mina seus partidos. Democracia capenga, ainda dependente de modelos retrógrados de um passado nem tão remoto. Nada longe do velho fisiologismo Daí, não é de se esperar mais que isso. Ou seja, quase fica como antes. Ou fica mesmo.

O Zé comuna, o Zé Dirceu apareceu em cena do final da semana passada. Era uma reunião da cambadinha dos criadores do mensalao, aquele “exquema” de compra de favores e votos. O que retumbou desgraçadamente foi a frase do Zé: “condenados”estão o PT e o PMDB a governar. As fotos que rolaram via internet eram do Zé com Palocci e Genuíno. O diabo ficou rubro....

Bonita, elegante e de palavra é Gleisi Hoffmann. Levou meu voto e de toda minha família e amigos, e mais outros 4.500 votos em Rio Azul, o que significou mais de 30% dos votos válidos. Votaçao inédita, merecedora de uma analise. Porque tem político nativo com cada explicação...Ufaa..., quanta bobagem. Gleisi não tem bem a cara do PT, não colou nela o carimbo da burocracia, embora já tenha sido executiva, e já expos seu nome em embates extremamente difíceis. Gleisi tem a cara do Paraná. Gleisi fala leite quentE ! Gleisi é gente nossa, e minha aposta é de mão cheia nela no Senado da República.

O afago sincero de minhas palavras para com Gleisi é a introdução para a inserção em meu espaço, de mais um excelente trabalho de Andressa Mancacz, uma jovem poetisa Rioazulense, que em persistindo em seu ludismo, chamará muito a atenção pelo que escreve. O tempo é dela. Vai falando de tristeza, de sentimento, teima com a sina da orquídea, tilinta com o som de lágrimas e prece, mas não pede lágrimas.

Está tudo aqui, logo abaixo :


CACOS


Lágrimas tristes são cacos

Da alma em decaídas

Que descem murmurando nossas dores escondidas

Rasgando a derme de rostos intactos


É como chama e fumaça

Que consome em cinzas

Queima e arde tanto! Faz desgraça

De resto, nada, só a vida que despinta


E a vã fraqueza parece orquídea franzina

De copa caída, chorando a triste sina.

Tilinta a voz, quer dentro, quer fora,

Vida amarga quebrou a alegria e levou-a embora


Os olhos arredios, já pesam cansados

Fôra dor, tudo na vida

Desde o cerne foi escolhida

Para ver romperem-se nos breus adelgaçados


Assomam no rosto os cacos da alma

É muralha que espalma,

E pavor anuncia

Sua gélida solidez sombria


E aí se vão os únicos sentimentos

Que a vida me oferece

Um destino certo, que adeja no pensamento

E roreja no úmido luar uma prece


Não Choreis...


( Poesia de Andressa Mancacz )


Teobaldo Mesquita


teobaldomesquita@uol.com.br

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Transe.

Transe

Quedei num tempo

Vasto, longo, passado

Vasto, longe, juvenil

Que morre e nasce

É a de hoje a face

Porque parece, tudo renasce


Um traste, um tratante

De amor mendingante

Deu-se farsante

É o que disseram....

Mentiram...

Não souberam...

Não amaram...


É a de hoje a face

Que teima, renasce

Ganhei a sorte

Fiquei mais forte


Neste vasto campo de batalha, somos heróis de passado, presente e futuro./ No escuro ou no claro, buscando o puro./ Sonhos de amores, promessas.../ Passa o inimigo ao lado, lança em mãos. É ! Deus existe, sim./ Nada em certo quedou, nada decerto pra sempre se acabou./ O arrojo, a luta, a dor que só lamente o doente, me fez valente./ Aqui, em meio a gente, aos áulicos, aos da prebenda, ainda me vem o que passei, como em lenda./ De mulheres lindas, deusas e putas./ De asquerosos doentes da mente, que eu agora lamente. Intendentes de seus alforjes, me fizeram rir fugazmente./


Complicadas contas duplicadas em duplicatas, maços de promissórias mentirosas, pistas largas e estreitas, vi um mundo./ Belo de morros e planícies, de morenas vis e tentadoras, de esquinas oferecidas com também louras casadouras.


Fui e já voltei./ Como rejuvenesci./ Verdade..., quase caí, mas está aí de novo o engodo./ Gritos de dentro de mim lamentam a vida, e jogo pedras para trás, faço feridas, deixando até mesmo putas queridas, que nunca pensam na ida, senão no ouro da jazida.


Digo-me, sede forte barnabé, agora apenas um Zé, um Mané, fazendo banzé, gritando aos poucos e aos loucos, aos velhacos, aos bêbados, aos parasitas e lunáticos erráticos.

Tudo isso é um grão de areia no mar. Quer bom viver, mas tudo..., hum, tudo não caberá no ataúde.



Teobaldo Mesquita