sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Vozes surdas e burras, vozes da vergonha.

Vozes surdas e burras, vozes da vergonha




Tudo desligado em casa, ouço vozes. Tudo infringente para comigo, choco-me contra uma parede, - mas sem anotar a placa. Fiquei como um bôbo de mão ao queixo. É como me sinto. Verbos de vergonha, palavras surradas, emendas....e, esbugalho os olhos e de abano ficam minhas orelhas para ouvir bem.


Ouvindo vozes, soube de soluções aleatórias. Aleatórias. Não imaginárias. Pelo menos nem todas. Algumas apenas...


Vê que todo mundo faz as contas numa eleição, especialmente na de vereadores, porque é proporcional, ou seja, fortes legendas fazem mais eleitos, e legendas são agrupamentos de partidos sub-divididos em nomes de candidatos. Vê, então, que não é tão simples, mas também não é o fim do mundo.


Era mais ou menos consensual o nome de pelo menos 6 dos 9 concorrentes eleitos em RA. Uma margem de acerto razoável, pra lá de boa, até acho.


O que também era consensual, mas que ficou para lá de diferente do projetado foram os números de votos obtidos por alguns. E onde eles faltaram e quem acabou beneficiado.


Os votos mudaram de lugar. De repente, mudaram de lugar, de nome, de dono.

È isso aí. Alguns votos tem donos. E alguns de alguns desses votos tem posseiros, aqueles que se adonam de assalto, que chegam com ameaças agradáveis, geralmente ao estômago, em hora estrategizada, em horas de sombras enluaradas.


Essa situação desagradável me lembrou Luis Inácio em seu primeiro ano de mandato, quando dizia que iria ensinar os pobres a pescar o peixe, ao invés de dá-lo, apenas. Portanto, nada de falar mal de Luis Inácio, nada de culpar a situação que aí está, porque foi sempre assim..., que o povo é leviano e mal informado..., que eles adoram a pobreza remediada de 2 em 2 anos, etc, etc...


Nossa burrice antropológica, de certa forma, analogamente, muito deve à esperteza ibérica. Isso é apenas uma nota de quem está ansioso para ler 1808.


Eu não aceito isso, tão repugnado que estou. Mas aconselho uma coisa. Nada digam, nada façam. Deixem por enquanto tudo na conta de Luis Inácio.

Primeiro a fome, depois o caderno. Tudo vai mudar para melhor.

Por favor não façam nada, nenhuma iniciativa nessa hora iria ajudar, seria um desastre.


Vejam que fanfarronice antagônica a minha.

Tanto acredito que Luis Inácio dê cadernos como acredito que nossos nobres próceres tomarão imediata e resoluta decisão de acabar de vez com o curralzinho político. Em que pese haja vozes dissonantes com o acontecido, tanto de quem logrou êxito nas contagens como nas de quem passou por ``babaca``, fico fazendo de conta que Luis Inácio será mais efetivo e rápido nessas soluções, porque aqui, os `` babacas`` tendem a aprender a lição dos mais espertos.

Confiram daqui a um tempo.

Entenderam, né ?


Post factum, visto que seria de lógica aguardar as gerações se renovarem, tudo vai por água abaixo, porque o dano não aflige, mas atinge a todos. Não aflige porque burrice de miserável é um misto vagabundice-masoquismo. Deve ser gostoso, penso. Como essa neurose antropo-sociológica é alimentada pela pobreza de espírito – média da maioria dos que estão na média, é melhor esperar Luis Inácio e acreditar em mula-sem-cabeça.


Nem todos tem tanto dessa pobreza de espírito. Só a maioria, que é o que basta.

Eu e mais a minoria fazermos côro, é como um cão latir para a lua.


De tudo isso há o que deduzir. Muito aliás. Mas fico com essa: que gente corajosa, que covardia a nossa.


Calem-se, por favor !





Teobaldo Mesquita

Um comentário:

Dhenova disse...

É, meu amigo poeta, de surdos e mudos nosso país está cheio... tua expressão é única!!! Grande abraço