segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Que Doce.

Que Doce !


Esse vento do norte,
tempo de sorte,
céu de brigadeiro,
mas com vento,
no intento,
do entanto.
Casamento de viúva,
casamento de espanhol,
veio aos poucos, o sol.

Já nem tudo cinzas
Tenho visto pintas
Não são tintas
Tenho corado
Ficado corado
Vejo um rosto rosado
Parece-me, foi-se o enfado

Vento alado
Do norte da sorte
Foi-se a morte
Veio um sol
Um grande sol

Que queima, que magoa
Que magia
Que fantasia
Tempo de ousadia

Quimera
Nova era
Quisera
Muito mesmo uma nova era
Pudera
Quem dera

Queimou,
Magoou
Vermelhou
Voou
Vôo raso
Vôo fato

De fato, em mim
Novo sim
Sem fim
Enfim
Prá mim

Mereço
Benfazejo
Mereço.

Mereço
Espesso
Largo
Dado
Fácil, dócil,
Doce.

Dado e amado
Nunca fácil
Sem ser dócil
Nunca fútil
Sempre útil
Sempre doce

Que doce
Sempre assim fosse
Por mim, sempre
Para sempre
Um presente

Perene
Que fosse.
Condoído, ainda
Que fosse.
Meio amargo
Que fosse.
Escarlate vivo
Que doce.
Mel doce
Na boca
Que doce.
Longe de mim
Que fosse.
Perto de mim
Melhor que fosse.
Para mim
Sonho doce.

Que fosse,
Que fosse,
Que fosse.
Em mim, de mim, para mim, comigo
Sempre...
Sempre doce !


Teobaldo Mesquita

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