terça-feira, 14 de julho de 2009

Os anjos em Minha Vida.

























Os Anjos em minha vida.



Uns anjos vieram semear vida em minha vida, trazer questões,
instigar-me às loucuras e às aspirações, pôr-me em querelas.

Um muito Bom Espirito, aliviado, e de uma Alma candente,inspirou-me às
anotações, para também vivê-las nesse transurso :

Assim,

O primeiro Anjo vinha do Leste, de onde nasce o Sol.
Seu nome era Amor e sua marca, a Verdade.
Personificada por uma Mulher de Beleza incomensurável e exuberante,
trazia na mão direita a inscrição: tu me amarás sempre e somente à mim .
Na outra mão uma outra inscrição: gosto da justiça e da lealdade em tudo.

E o Anjo chegou no alvorecer de minhas idades, plantou grandiosa paixão e assim, nasceu um coração.
E do coração nasceu o mais resplandecente Amor, do qual nunca se falará porque é terrível, grandioso, por isso inacessível aos comuns.

O Anjo chorou ao plantar suas palavras de sonhos, falou de pluralidades e que estava por ser entendida, compreendida...
Depois chorei eu, alheado, morrendo em mim...

E despedimo-nos em profundo sentimento.
E o Anjo ainda revelou-me na partida :
que teríamos tido os descendentes mais lindos da Terra.

O segundo anjo vinha do Sudoeste.
Seu nome era Sinceridade e sua marca, Busca da Felicidade.
Falei-lhe do 1º anjo, despertei ressentimentos.
Tinha a silhueta do primeiro mas não o era.
Tinha a ânsia do enlace, fugi.
Era grandiosa em suas intenções, valer-me-ia de muito.
Pedi-lhe reconsideração. Não o fiz no tempo justo, foi-se.
Pouco acrescentou à minha existência.

O terceiro anjo vinha do Oeste.
Seu nome, Ingenuidade, sua marca, Simplicidade.
Falei-lhe do 1º Anjo. Semeei inveja.
Vale-me nos dias atuais uma dôr que transpassa o coração e a alma, dôr de valiosa piedade, que se põe em oração.
De pouco valor sentimental não deixou marcas nem lembranças, senão de ressentimentos e faltas.

O quarto anjo vinha do Norte.
Seu nome, Mulher Moderna, sua marca, Serenidade.
Falei-lhe do 1º Anjo, ouvi desdém, depois vi indiferença.
Foi uma paixão natural, crescente porém.
Amiga das horas vagas, compreensível, simples e desapegada das mundices.
Tornamo-nos cúmplices nos erros, patéticos e desafiadores da boa sorte.




O quinto anjo vinha de vários quadrantes.
Seu nome, Prática de Vida, sua marca, Indiferença aos sensíveis e pobres de espírito.
Falei-lhe do 1º Anjo. Plantei ódio.
Nascida na simplicidade tinha objetivos do progresso material, tirados se preciso da excrescência, do lado pérfido, das características inábeis, sutis, pegajosas e de pouquíssimo valor que pode possuir um humano.
Pouco há para falar desse anjo.
Plantou confusão e fincou tentáculos para uma simbiose neurótica.


O Sexto anjo, o último, veio do Noroeste.
Seu nome, Imprudência, sua marca, Insensatez.
Não deu as mãos, não as mostra, porque nelas nada tem.
Discípula dos maus Espiritos, teve a pretensão de representar o 1º Anjo.
Mostrou logo seu cheiro de latrina, seu hálito de enxofre e sua prepotência deselengante, marca própria dos ignorantes.
Lançou cheiros ao ar e sementes num terreno fértil chamado mentira.
Colherá desgraça, e sua vida será de tropeços e nunca terá a validade de uma existência sublime.
Nascida também na simplicidade, vale-se do pouco que para muitos seria fortuna. Jamais se deixará conhecer pelos muitos, buscará aparências, caminho que leva ao vale da loucura, dos desvarios, da morte eterna.
Trouxe-me a amaldiçoada marca do numero 6, da Besta.
Não à toa é o Sexto anjo.


Esse muito Bom Espirito, aliviado e de uma Alma candente disse-me que, entre o
Alfa e o Ômega, tempo sem tempo, chega-me o sétimo anjo. Este, definitivo.




Autoria: Teobaldo Mesquita












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