Trajeto temporal II
Quando a fênix já sem vida
De vida partida
Pena, condoída
Que sina
Terá dito, é saída
É a vida
Nada de sobrevida
Dirá por fim, é tempo de ida
Então, eu fugindo
De mim
E por mim
Batida forte, inabalada
Novo chão, nova estrada
Preciso ser por mim
Afinal, depois de um fim
Afinal...
Afinal, nada mal
Bom, por sinal
Sem choros, sem querelas
Um hiato, um tempo
Ainda de choro
Sentido, apenas
Serão penas
Chorarei
Chorarei
Obstinarei
Fraquejarei
Rezarei
Benzerei
E seguirei
Para trás olhando
Ainda orando
Paredes tateando
Portas margeando
Meu colo dando
Sôfrego por um anjo
Pequeno, lindo e frágil
Meu anjo
Minha anja
Meu, minha
Meus.
Por favor, sem adeus
Tudo bem,
Tudo por Deus.
Põe tua benção, Deus.
E o horizonte por-se-á bem perto
Trazendo vida, não deserto
Isso é certo
Um termo de acerto
Decerto
E separarei vidas minhas
Conseqüências
Causas
Cadafalsos
Dúvidas, dívidas e créditos
Tudo num pacotinho
Amores
Exaustão
Paixão
Promessa
Agarramento, viramento
Tudo bonitinho
Disso nasce um amor ?
Um pendor
Um andor
Em meu peito
Em nosso leito
Tudo feito
Perfeito
Mas
Ainda, então
Calunias levantarão
Do passado lembrarão
De meu caminho
De pergaminhos
De cartas bobas
De juramentos falsos
De um tempo arruinado
De meu crime acabado
Mentira é o passado
Mentira não pode ser o futuro
Já nem tão imaturo
Então conjuro
Conjuro, conjuro
Onde estou se fugi
Lembrei.....
Estou fugindo
Mas algo me faz parar
Pensar
Sem andar
Lembrar
Sem aparar
Esse é o lugar
Mais devagar
Mais...
Vagar
Vagar na mão
Está aqui
Santa, deusa
Neuza
Cleuza
Edileuza
Escureceu
Vai passar...
Um pouco de medo,
Um arvoredo
Será, disse, um folguedo.
Sentei no chão
De folhas molhadas
De pensamentos ressecados
De uma grande floresta
Finlandesa
Dinamarquesa.
Por aqui ficarei
Uns dias
Como que uns dias
Como nos sonhos
De meus sonos
De teus sonhos
``...ainda fugindo ``
Teobaldo Mesquita
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