Abro um canto de louvor
Conto o fim em dor
Adeus, ( minha ) condor
Adeus, amor.....
Adeus
Vivendo agora em seu altiplano
Corri eu de novo a ver
Era novo plano
Mas vi um coração de pano
Voa, (minha) condor, voa
Não te culpo
Eu me culpo
Não mais te esculpo
Vivo a culpa
Do indelével
Da cruz dada a alguém
Do choro íntimo
Em mim ínfimo
Leve, fugaz, leviano
Mas fui soberano
Coroado e amado
Maltratado
Doente e mal fadado
Distribuindo luzes
Oferecendo cruzes
Matando
Em ofensas
Esmaguei em prensas
Amores e cores
Pactuei com o diabo
Dei dor
Um horror
Não há como a mim, pecador
Sonhei
Voltei em devaneios
Tudo sem freios
Submeti-te ao diabo
Tua resposta humana
Profana
Devassa
Desencantadora
Para mim, uma carraspana
Para ti, tudo de tua doença e tua gana
De nós, muita valentia
De nós, muita covardia
Que escuridão, Deus
Que me farão...
Como a mim olharão
Se o que tenho não é meu
Se onde estou
Para morrer...
Sim,
A mim não olharão
Morte sem fim
Quero da morte seu jardim
Assim
Ruim ou festim
A morte sem fim
Deixei os anjos
Os anjos me deixaram
Por tudo, todos acabaram
Antes, porém me enredaram
Destino este me deram
Vêem, não ficam
Vão sem ir
É a maldição
Do coração a contrafação
De propósito
Para deixar-me ao chão
Nada pior que essa maldição
De um ciclo
Formado um círculo
De tempo, razão e loucura
Provei a doçura
E bem logo a amargura
Porque sempre
Um a um
Competindo com armaduras
De mim exigiram fartura
Quando farto da ventura
Implorei descanso numa procura
De ar
De amar o ar
De sofrer e amar
De sofrer e resignar
Enfim, tudo isso validar
E sentenciei-me
Feito de um Fausto, um Fomá Fomitch
Buscando agora meu Makar
Trajetos longos
Ditongos
Para o espírito
Fiquei só num nó
Que dó
Pobre homem
Pobre a fome
Julgado
Foi o passado
Socratiano
Meu
De amar, amar e amar
Meu
De conceder espaços
Meu
De ver o homem deus
Meu
De pequenas guerras, glórias
Meu
De inglórias
E meu agora
Para mim
Para mim somente
Dolente
Caminhante
Nas mãos sementes
Mãos dormentes....
Levanto-me
Eis-me algo como uma réstia a surgir....
Teobaldo Mesquita
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